segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Relato de Parto - Amanda Aguiar - Nascimento da Isabella


Isabella e Luca

Tudo começou, quando no dia 04 de julho de 2008, por volta das 10h da noite, com 38 semanas e 4 dias, fui ao banheiro para fazer xixi, normal de toda grávida nessa fase né?! Porém graças a Deus, estava atenta, e quando olhei na privada, havia sangue.
Na hora eu não estranhei, simplesmente dei descarga e voltei para a sala, lembro que estava passando até novela… Depois de um tempinho, resolvi contar para minha mãe, e disse: – “Estranho mãe, fiz xixi com sangue”. E ela respondeu: – “Menina você está doida? O neném vai nascer, liga pra médica agora!”

Depois do ataque da minha mãe, peguei o celular e liguei para minha médica, expliquei o que tinha acontecido, e realmente ela mandou eu ir para maternidade; meu marido, não sabia o que fazer na hora, ficou muito nervoso, e eu por um milagre de Deus, estava inexplicavelmente calma, ainda fui tomar banho, trocar de roupa, pegar as malas e ainda dei uma conferida para ver se não faltava nada.

Então fomos para o carro, rumo a cidade vizinha Santos, pois moro na Praia Grande; Antes, passei na casa ao lado onde minha querida falecida vó morava e avisei que sua bisneta iria nascer, ela me beijou, meu deu boa sorte e pediu que ligasse, pois ela iria ficar acordada rezando para Nossa Senhora; E no carro, claro que foi a família toda para o hospital, minha mãe, irmão, irmã e marido, até então não estava sentindo dor alguma, somente comecei a sentir algo como se tivesse apertando minha barriga, ao longo da viagem, mas nada de dor, era somente uma pressão mesmo!
Lembro exatamente que olhava para o relógio no som do carro, e marcava os espaçamentos das contrações, começou de 15 em 15 minutos e foi diminuindo aos poucos, até que chegou  aos 5 minutos de espaços para aqueles apertões que estava sentindo na barriga. 
Depois de uns 25 minutos, chegamos a maternidade CASA DE SAÚDE DE SANTOS; enquanto já me levaram para uma sala de pré parto junto com todos que estavam comigo, o marido ficou assinando os papéis da internação! Foi incrível todos poderem entrar comigo, eu ali super tranquila, podendo dividir minha felicidade com as pessoas que mais amava! 
Já estava com 4 de dilatação quando cheguei; me colocaram um sorinho da veia, e ainda sem sentir dor alguma, cheguei aos 6 de dilatação; essa hora minha médica já havia chegado, foi então que ela autorizou o anestesista a aplicar a PERIDURAL (uma anestesia para que a mulher tenha um parto normal sem dor), que somente pode ser aplicada, após o 6 de dilatação, e já havia sido tudo combinado nas consultas de pré natal. Foi então que o anestesista abriu uma maleta com uns 3 andares, pediu que eu sentasse e abaixasse, ele a preparou e aplicou a anestesia bem no final das minhas costas, não senti nada, pois não tenho problema algum com agulhas, quem sofreu mais foi meu marido que ficou branco de nervoso ao ver a mala e o tamanho da agulha, o restante da platéia, estava adorando em ver o espetáculo! O anestesista deixou um cateter nas minhas costas, e me disse, que a qualquer momento, poderia pedir que o chamasse para que aplicasse mais.. Eu lembro perfeitamente quando ele falou isso, pois não deu tempo nem dele sair da sala, e eu que estava toda feliz de não ter sentido nada de dor, me veio uma dor, mais uma dor tão forte, que segundo minha mãe conta, eu fiquei branca, com certeza eram as dores das contrações que iriam começar a se fortalecer para que a Isabella nascesse, foram alguns minutos de desespero, quando olhei nos olhos da minha mãe rindo e disse: – “Mãe, que dor é essa, ai meu Deus, está doendo muito” . Tirei os olhos dela, e os voltei para o anestesista e disse: –  “Volta aqui anestesista e aplica esse restante que vc falou que poderia aplicar caso eu sentisse dor”.  O anestesista, voltou, colocou algo a mais naquele caninho que estava preso em minhas costas, e a dor foi embora.
Pronto, eu estava pronta para ter meu milagre, fomos para a sala de parto eu meu marido e a médica, chegando lá, eu já me posicionei e ao contrário do que todos pensam, a anestesia me deixou sim saber a hora que eu deveria fazer a força, eu sentia mais o menos o que senti lá no começo contando pra vocês, era como se fosse algo pressionando minha barriga, e nessa hora minha médica pedia pra eu fazer força! O marido ao lado olhando tudo, com uma máscara cobrindo a boca, e um olhar assustado, perdido, foi então que nossa médica, já muito intima da família, pediu que a pediatra que estava pressionando, empurrando a Isabella para nascer, saísse, para que meu marido assumisse seu posto, ele meio sem jeito, colocou suas mãos no alto da minha barriga e fez como a doutora explicou, a empurrou, porém estava eu fazendo a maior força do mundo, e meu marido fazendo praticamente carinho na barriga de tçao leve que empurrava, foi então que olhei nos olhos dele e disse: – “Com força Fernando, empurra com vontade” . Nesse momento, a médica tirou a máscara de tanto que estava rindo, até eu ri, todos que estavam na sala acharam graça, inclusive meu marido, que explicou-se dizendo que estava com medo de nos machucar, isso tudo foi fração de segundos, quando ele aprendeu a fazer a força, eu que já estava me esforçando, fazia cada vez mais força quando sentia aquela dorzinha no fundo, e com cerxa de umas 5 vezes fazendo força, Isabella nasce…
Foi uma emoção só quando a Dra. praticamente a jogou em cima do meu colo e eu a á vi toda melada de branco e sangue, eu olhando para aquele neném, sem saber direito o que estava acontecendo, só sabia que era muito amor.. A Dra. deu uns panos de cor branc, que lembrava estopa para meu marido, e pediu que a limpasse, ele obedeceu e começou a passar aquele pano para tirar o excesso de sujeira que lhe cobria, algum tempo depois, levantou algo nojento nos mostrando e disse que era a placenta, onde o neném estava envolvido, e em seguida, deu uma tesoura para meu marido e mandou que cortasse o cordão umbilical; até hoje ele conta a sensação de ter cortado algo com aspecto de borracha, foi incrível ver aquela cena! Meu marido participando de tudo junto comigo!
E já estava tudo bem, Isabella já havia nascido, era hora de nos transferir para o quarto, e com ela ainda em cima de mim, e eu a envolvendo com meu braço para segurá-la, fomos levadas de maca; passei pela sala de espera onde estavam meus familiares, que inclusive, haviam chegado mais…Todos de olhos arregalados para nós, eu não conseguia falar nada, nem eles, eu sei que não conseguia tirar o sorriso do rosto, eu simplesmente fui passando empurrada por uma enfermeira, e eles me observando, me senti como em um tapete vermelho.

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