sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

História de um empoderamento - Carolina Dittmar

Campo Grande, 14 de janeiro de 2015 (29 semanas de Betina)

Quero dividir com vocês como aconteceu a minha decisão pelo parto humanizado. Não é um relato de parto. É a minha experiência pré parto. Muito antes de querer ficar grávida sempre gostei muito de estudar assuntos ligados a bebês, maternidade, educação, psicologia materna e infantil e alimentação de mães e bebês. Descobri na faculdade de fisioterapia que o parto normal era um processo fisiológico e portanto melhor pro binômio mãe-bebê. Descobri muitas coisas sobre desenvolvimento motor de bebês e sobre alimentação saudável. Depois fui fazer faculdade de educação física e percebi a importância do exercício físico pra mulher, pra grávida e depois pra criança e pro seu desenvolvimento motor. Achava que já sabia de tudo e que quando tomasse a decisão de ter um bebê estaria pronta. Tinha medo do parto normal mas mesmo assim queria um. Tinha medo das dores mas a idéia de fazer uma cesárea não entrava na minha cabeça. Achava estranho que muitas mulheres no Brasil não estavam conseguindo ter partos normais. O que tinha acontecido com os nossos corpos? Conversava com a minha mãe sobre isso e ela dizia que na primeira gestação (gemelar) o médico convenceu-a dizendo que partos normais de gêmeos eram muito difíceis e que ela poderia morrer, que a bacia dela era muito estreita e ela não ia ter dilatação. Sempre quando ouvia ela dizer isso pensava na história bíblica de Esaú e Jacó e que naquele tempo não tinha cesárea! Como assim a mãe deles não morreu? Tinha alguma coisa estranha que não me convencia. Na segunda gravidez da minha mãe o médico disse que nem arriscaria o parto normal por contada cesárea anterior. Que o últero dela podia se rasgar e (mais uma vez) ela poderia morrer. Ficava assustada com essas histórias. Pensava, tomara que eu não tenha gêmeos porque senão vou ter que fazer uma cesárea. E isso me assustava mais do que a gravidez gemelar e ter que cuidar de dois bebês depois. Também pensava, bom, quando eu engravidar é só contar pro médico que eu quero um parto normal e ele vai "obedecer" a minha vontade. Sou saudável, pratico atividades físicas, alimentação regrada, não fumo, não bebo, não tenho pressão alta, não estou acima do peso... Não deve ter candidata melhor que eu pro parto normal. Só tenho o quadril estreito mas acho que eu dou conta. Será que eu dou conta? Ah, na hora eu vejo isso. Se o médico disser que eu não consigo eu faço a cesárea, vai! Ficava ouvindo historias de mães e suas cesáreas maravilhosas sem dor mas a recuperação era demorada... Os bebês delas pareciam não saber mamar... Achava aquilo tudo estranho mas se tinha que fazer era pra ser feito né. Continuei estudando sobre educação de crianças e sobre alimentação de bebês. Descobri muitas coisas legais como a amamentação em livre demandada, exclusiva até os 6 meses e continuada até os 2 anos. Aprendi que não existe leite fraco. Conheci o BLW (baby lead weaning) pra introdução alimentar depois dos 6 meses. Aprendi sobre o papel e a importância da ocitocina na amamentação e como ela é grandemente produzida durante o trabalho de parto. Só aumentava minha vontade de ter um parto normal mesmo com aquele medinho da dor. Eu achava que se não agüentasse eu ainda tinha a opção da anestesia. Então, perfeito! O tempo passou, casei com o Igor, fomos morar em Campinas SP e trabalhava muito como personal trainer e dava muitas aulas de ginástica. Uma loucura mas eu estava muito feliz daquele jeito, naquela correria toda e só pensava que não ia engravidar tão cedo. Queria muito trabalhar por muito tempo mas pensava: antes dos 30 quero engravidar. (Isso só funcionava na minha cabeça porque na verdade eu já tava perto dos 30 mas não queria dar o braço a torcer). Continuei estudando sobre bebês mas nunca sobre partos. Falava pro Igor e ele começou a me pressionar pra termos um filho. Eu não achava que estava preparada nem financeiramente (mesmo que na época nós dois ganhássemos bem), nem psicologicamente (apesar de estudar tanto sobre bebês - eu achava que era tanto). Nessa época tivemos que tomar uma decisão de sair de Campinas. Nos mudamos pra Campo Grande MS. Nossos planos eram de abrir um negócio próprio aqui e trabalhar juntos. Quem sabe depois que já tivesse tudo engrenado eu tentaria ficar grávida. Minha mãe engravidou com dificuldade na primeira vez por ter síndrome dos ovários policísticos. Eu também tinha o mesmo problema então achava que comigo seria igual. Tinha parado de tomar pílulas há alguns meses porque estava sofrendo com a diminuição de testosterona no meu corpo. Chegamos em Campo Grande e eu já estava com cólicas menstruais há 3 dias e nada. Minha menstruação estava alguns dias atrasada então comecei a pensar que estava grávida. Não podia ser! Eu tinha planos, tinha até conseguido um emprego aqui até definirmos o plano de ação do nosso negócio. Como eu iria trabalhar? Ninguém ia querer me contratar! Resolvi esperar mais uma semana até o meu ciclo menstrual fechar então eu faria o teste de farmácia. Mas aquela cólica continuava. Não é possível. Eu ia menstruar. Com tudo isso acontecendo eu estava tão estressada. Mas associei tudo à TPM, a mudança, a falta de casa nova (estávamos morando na casa dos meus pais provisoriamente)... E não tinha enjôos. Acabou o mês, o ciclo fechou e eu não menstruei. Contei pro Igor, compramos o teste na farmácia e no outro dia de manhã... POSITIVO! E agora? Não vão me contratar. Sempre achei que ia trabalhar durante toda a gravidez! Sonhava com isso. Estava 30% feliz mas 70% decepcionada comigo por não ter planejado isso direito. Eu estava até sem plano de saúde. Fui tentar iniciar o pré natal no SUS mas fiquei muito chateada com o tratamento que recebi. Ia continuar mesmo assim mas recebemos a indicação de uma médica que faria meu pré natal por um preço acessível (100 reais a consulta particular pela tabela social da médica. ?) Aceitamos pensando, "Vai ser só uma vez por mês. A gente vai juntando dinheiro pro parto."Primeira consulta, 2 horas esperando no consultório, 15 minutos de consulta. Minha mãe e o Igor estavam comigo.  Ultrassom transvaginal e a confirmação: 6 semanas de gravidez. Pesa, afere pressão, preenche a caderneta, pede exames. -Perguntas? -Ah sim. Sinto algumas cólicas como se fosse menstruar. -Você está grávida. Tem que se comportar como uma. Você está com cólicas e está usando calça jeans? Aperta bem em cima do seu últero! Use roupas de grávida que vai passar. -Ok. Outra coisa. Sou professora de ginástica. Posso traba... -Só no início do segundo trimestre.  -Hum... Tá bom. Tenho sentido um pouco de fraqueza e tontura també...- Você tem que comer de 3 em 3 horas. Aí o Igor solta:-Ela é vegetariana também. -Então é por isso! Você deve estar comendo "muito saudável". Tem que comer carne pro seu bebê. Juro que ela disse assim! Fiquei decepcionada. Depois? Tchau! Até hoje não tenho certeza se sem olhar a caderneta ela sabe meu nome.Fiquei meio chateada mas pela situação toda pensei, vou continuar. Fui me acostumando com a idéia de estar grávida. Orei bastante, me senti confortada. Decidi que ia trabalhar apenas com consultoria de fitness à distância. Segunda consulta. -Tudo bem?-Tudo. - pensei, vou responder apenas o que ela perguntar. Estava indo bem, sem enjôos, apenas com umas enxaquecas de vez em quando se ficasse muito tempo sem comer. Mas não quis falar isso pra ela. Guardei. (?)- Muito bom. Pode deitar na maca. Ultra transvaginal, fala um pouco do bebê, pesa, afere pressão, anota. Pode sentar. O Igor estava comigo e resolveu perguntar pelo (preço do) parto. Ela passou uma tabelinha de preços de cesárea. Mais barato do que a gente esperava então ficamos felizes. Resolvi falar: -E se for um parto normal? Ela tirou o preço do anestesista e do auxiliar. Sempre ouvi dizer que os médicos cobram mais caro pelo parto normal então assustei. Continuei falando:-Dra. tem como saber se vai dar pra fazer um parto normal?-Não. Só quando chegar mais perto do parto. -Tem alguma coisa que eu possa fazer pra garantir que eu tenha um parto normal?-Se mantenha ativa e saudável. SE ESTIVER TUDO BEM fazemos seu parto normal. Na minha cabeça eu achava que se estiver tudo mal a gente faz a cesárea. E não o contrário. Não estava satisfeita mas acreditei nela. Depois disso minha irmã me falou sobre um documentário que ela assistiu sobre parto normal. Confesso que não dei muita atenção porque pensava que já sabia tudo sobre o assunto. Era só querer o parto normal que ele ia acontecer. Sabia que eu não queria episiotomia (já tinha estudado sobre isso no curso de fisioterapia) mas achava que era só falar isso pra médica que eu seria atendida. Mais um mês passou, terceira consulta. Mais espera, outros 10 minutos de consulta. Confesso que fui só pelo ultrassom. Era muito gostoso ver como o bebê tinha crescido e ouvir o coraçãozinho dele. Eu achava que era menina mas era muito cedo pra dizer. O Igor resolveu perguntar e ela decidiu olhar. Me assustei. Ela disse que parecia ser um menino. Não era pra eu comprar nada ainda mas o palpite dela é que era menino. Fui colocando isso na cabeça. Saímos felizes, ligamos pra todo mundo, começamos a pensar nos nomes, decidimos que seria Léo se fosse menino e Laura se fosse menina. Algumas semanas se passaram e eu lembrei do documentário que a minha irmã falou. Pensei em assistir. Falei com ela e ela me mostrou "O Renascimento do Parto". Fiquei chocada! Comecei a ver a minha médica ali no meio daquelas histórias de mães enganadas por médicos. As mesmas atitudes, as mesmas histórias. Garantindo o parto normal pra mãe até a hora do parto e depois inventando desculpas infalíveis como o cordão enrolado no pescoço, a bacia estreita, a falta de dilatação, a cesárea anterior, a gravidez gemelar, outras desculpas, desculpas... Mas a mulher confiou tanto no médico até ali! Não vai contrariar porque é pro bem dela e do bebê! No documentário conheci a violência obstétrica. Mesmo quando se consegue um parto normal. Manobra de Kristeller, posição de litotomia, sorinho de ocitocina sintética, mãe amarrada, clampeamento precoce de cordão, separação da mãe, sem amamentação precoce, com banho precoce (tchau, tchau vérnix) , com berçário...Daí entendi porque tantas mulheres optavam pela cesárea. Quem não quer um parto sem dor? Tem violência aqui também. Altos índices de prematuridade, bebê com pulmão despreparado, UTI neonatal, procedimento cirúrgico altamente invasivo, clampleamento prematuro de cordão, colírio de nitrato de prata, mãe amarrada, separação do bebê da mãe, pesa, mede, estica, esfrega, banho precoce, recuperação demorada, amamentação prejudicada...Mas nesse documentário descobri que as mulheres ainda conseguem parir! Descobri que não existe apenas duas opções. Não era só cesárea ou parto normal Frankenstein.  Existe uma terceira. Um parto protagonizado pela mulher, um parto cheio de amor. Descobri o coquetel do amor. Os hormônios do amor. Descobri que ainda existem equipes que atendem quando uma mulher diz que não quer episiotomia. Uma equipe que entende que a chegada do bebê precisa ser suave, sem violência e sem procedimentos desnecessários. Descobri as DOULAS S2. Descobri que a mulher não precisa ficar deitada sabendo que essa não é a melhor posição. Que ela pode se movimentar, pode comer, pode ter métodos não farmacológicos pra alívio de dor mas mesmo assim se ela quiser ela vai receber anestesia. Descobri os partos pélvicos. Descobri o parto na água, o parto domiciliar, o parto hospitalar decente. Chorei muito! Assisti com meus pais, com meu marido, assisti sozinha de novo e de novo... Compartilhei no facebook e daí não parei. Conheci várias páginas com conteúdo científico atualizado. Conheci a medicina baseada em evidências (MBE). Aí sim fui estudar. Engoli os artigos, as publicações. Recebi muitas críticas de pessoas que não tinham a mesma informação que eu tinha recebido. Não as culpo. Só queria avisar que existe mais do que todos nós conhecemos! Algumas pessoas achavam que eu estava contra elas. Também entendo elas. Mas não era isso. Não desisti. Conheci a Dra. Melania Amorim, a Ana Cristina Duarte, perfis no instagram e no facebook como o Partejar Com Amor e outras mulheres maravilhosas que me incentivaram demais mesmo sem saber. Conheci a pagina do Dr. Ricardo Jones. Quantas descobertas!Mas e a minha médica? O que fazer? Vai ficar em banho maria. Descobrimos que o Leo não era mais o Leo. Era uma menina. Desistimos de Laura e decidimos que ela ia se chamar Betina. Nossa menininha. Só queria fazer o melhor por ela. Meu coração chegava a doer só de pensar que isso podia ser tirado de mim pela médica. Recebemos uma oportunidade de sair do Brasil. Abraçamos. A Betina não vai mais ser mais brasileirinha. Era tanta coisa na cabeça que eu tentei focar na parte boa. Fora do Brasil minhas chances de ter um parto decente se multiplicariam. Então continuamos com a médica fofa faço-parto-normal-se-tiver-tudo-bem. Semana que vem mesmo tenho outra consulta com ela. Ela ainda não sabe mas vai ser a última. Só pra pegar a autorização pra viagem rs.  Dia 29 estamos indo. Vamos sem enxoval, sem quartinho, sem nada. Mas vamos com duas certezas. Deus está nos guiando e a Betina vai ter apenas o que for melhor pra ela. Estamos saudáveis, ela cresceu bastante mas apesar disso minha barriga é pequena (até nisso Deus nos ajudou), estou cheia de conhecimento, empoderada. Já conheci pela internet uma casa de parto na cidade onde vamos morar. Não vejo a hora de chegar lá pra conhecer ao vivo e tirar todas as minhas dúvidas. Mulheres, não se contentem com as informações que os médicos te dão. Existe sim um mercado de cesarianas no país. Isso é um assunto que interessa a todos. Uma hora a maioria das mulheres vai ficar grávida. Assistam ao documentário "O Renascimento do Parto". Conheçam pessoas que defendam o assunto da humanização do parto. Conversem comigo também. Posso ajudar um pouco. Enxoval não é importante. Sua mãe te criou com menos que isso. Quartinho lindo não é importante se o seu bebê correr o risco de passar as primeiras noites de sua vida na UTI. Muitas de nós achamos que isso é o melhor que podemos fazer por eles. Não! Não é. Bebês precisam de papais e mamães que lhes dediquem a Deus e lhes amem, leite materno, fraldas limpas e segurança. O resto é supérfluo. Invistam seu dinheiro em literatura de qualidade e em saúde (alimentação, exercícios e um parto saudável). Isso sim é o melhor que nós podemos fazer por eles. Bom estudo e vamos atrás que a luta é grande. 

Relato de Parto - Luciana Moreira

Engravidei pela primeira vez com 17 anos. Foi uma mistura de sentimentos dentro de mim. Mas desde que descobri, meu bebê foi querido. Tive uma gestação complicada, pois sou asmática. Então eu sentia muita falta de ar. Eu morava sozinha com duas amigas, perto da faculdade, longe da minha familia. Apesar das dificuldades, minha gestação corria bem. Até que às 25 semanas eu entrei em trabalho de parto. As 2h da madrugada do dia 19/10/12 comecei sentir uma cólica fraquinha. Mas nem me liguei que poderia ser o inicio de trabalho de parto. Peguei no sono. Acordei as 5h e pouco com uma dor muito forte. Chamei minha amiga pra me ajudar. Quando fiquei de pé vi escorrendo muito sangue pelas minhas pernas. Entrei em desespero! Ela me levou pra maternidade e lá fui super mal atendida (registrei BO quando tive alta). Entrei na maternidade numa cadeira de rodas porque eu não conseguia andar. Me levaram pra sala do medico. Ele olhou pra mim e disse: "sobe aí na maca pra eu te examinar". Falei: "não consigo andar. O senhor pode me ajudar?" ele respondeu: "pra fazer você não precisou de ajuda né? Suba sozinha." então eu subi. Demorei mas subi. Ele me fez um toque e disse: "8cm de dilatação. Ta já expulsando." e mandou a enfermeira me levar pra sala de parto. Ela veio me dar uma bata pra vestir e ele disse que não dava tempo. Pra me levar daquele jeito mesmo. Na sala de parto aplicaram em mim uma injeção pra amadurecer o pulmão do meu filho e me colocaram no soro. As enfermeiras saíram e me deixaram lá sozinha. As dores estavam muito fortes e eu estava ficando desfalecida. Minha bolsa estourou as 8h da manhã. Um tempo depois senti uma coisinha na minha vagina. Coloquei a mão e senti um pézinho. Chamei a enfermeira e falei que ele ia nascer. Ela gritou de onde estava: "tem calma menina! Não vai nascer agora não". Senti vontade de fazer força. O pé foi mais pra fora um pouco. Só um. Comecei a implorar que ela viesse me ajudar, e ela veio. Fez uma cara de espanto, colocou a mao dentro da minha vagina. Puxou o outro pé e ficava puxando os dois pra o bebê sair. Eu fazia faculdade de enfermagem e sabia que era errado o que ela tava fazendo. Então pedi que ela esperasse o meu tempo e o tempo dele, que não puxasse pois tava me machucando. Ela nem ligou. Senti dor demais!!! Quando ele nasceu ela rapidinho saiu com ele da sala. Correndo. Uns 5min depois, voltou dizendo: "ele morreu. era muito novinho" e foi embora. Falei que queria vê-lo. Pedi pra ela trazer. Ela falou "ah, ja ta embalado!" me irritei e comecei falar alto "traga meu filho aquiiiii!!!" depois de eu pedir umas 4 vezes ela trouxe. Desembrulhei ele, e ficamos lá, eu e ele. Chorei minha dor, abracei, beijei... E fiquei com ele um tempo. Ele tinha 800g e 44cm. Estava todo formadinho... Depois devolvi pra outra enfermeira que viu meu estado e foi ficar comigo, foi super gentil. Sai de lá atormentada. As palavras não saiam da minha mente... O rosto do meu filho tambem não. Algo me faltava... Depois de uma semana, falei com meu marido (na época namorado) que eu queria outro bebê.  Não para substituir Miguel, mas pra amenizar minha dor.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Relato de Parto - Irene Mazullo


O meu parto começou a muitos meses atrás, quando eu descobri que estava grávida. Sempre soube que queria um parto normal, mas assim que descobri a gravidez, pesquisei sobre todos os tipos de parto e acabei assistindo ao filme "O renascimento do parto" junto com meu marido e nossa vida mudou.

Serio! Ele virou para mim e disse: Eu vou te apoiar no que você quiser fazer.
E me apoiou mesmo. Até quando a família e amigos nos disseram que era uma loucura.

Não era loucura. Era um sonho.

Então quando eu fiz nove meses de gravidez, tudo pronto e planejado... Começou a surgir a ansiedade. O bebê estava muito grande nas US. Mais de 4kg e nada de sinal de ele nascer. No meio de tudo isso ele me deu um prazo: Se o bebê não vier até as 40 semanas, vamos ao hospital induzir o parto.

Lembro que isso foi em um sábado. Passei o domingo angustiada prestando atenção no meu corpo e vendo se JB não dava algum sinal. De domingo para segunda era a troca de lua, e fiquei focada naquilo. E quando foi 2:30h da madrugada do dia 05, senti uma água descendo pelas minhas pernas. Corri para o banheiro e depois falamos com o médico.

Calma! Vamos fazer uma US para vê se rompeu a bolsa ou não. Nisso, eu já estava usando fralda, pois escorria muita água, e o tampão também começou a sair.
Fomos para o hospital somente na noite seguinte e a US mostrou que o bebê estava com 4,4kg e a bolsa não havia rompido.

O médico da emergência já me encaminhou para uma cesárea... E lembro de ver o rosto pálido do meu marido. Ele também não estava preparado para aquilo.
Pedimos para dar um tempo e conversamos do lado de fora do hospital.
Eu não queria a cesárea. Eu queria esperar o bebê dar sinal de que estava chegando.
Fomos para casa e a equipe de parto chegou logo depois. Conversamos e eles me explicaram quando eu deveria chamá-los.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Relato de parto - Bruna Cercal





Caminhadas. Acupuntura. Massagem perineal. Agachamento. Chá da Naolí. Gengibre. Comida apimentada. Amor com o marido. Banho quente. Bola de pilates. Florais. Tudo que vocês possam imaginar para fazer no intuito de ajudar a entrar em trabalho de parto, eu fiz. Minha equipe passou a me acompanhar várias vezes por dia depois das 41 semanas (meus anjos), e sempre me tranquilizavam dizendo que estava tudo bem. Na consulta de 41 semanas e 6 dias eu chorei, chorei muito. E elas me resgataram... Eu sempre preguei aqui que a humanização não é apenas parir em casa. É parir onde você se sente segura. E foi isso que elas me lembraram. Eu sempre fui empoderada do meu momento e não podia me perder depois de tanta luta. Posso dizer que chegar até 42 semanas é um teste de paciência e de auto conhecimento. A pressão das outras pessoas é tão cansativa, que te levam ao teu limite. Tem que ter muita convicção e acreditar muito em você (sempre acompanhada de uma equipe que monitore seu bebê e diga que está tudo bem), pq senão vc cede! No dia que completei 42 semanas, acordei determinada... 6hs da manhã eu e meu marido fomos caminhar, cheguei em casa, chá da Naoli, banho quente e consulta. Fui super orientada, a Ana fez um toque e disse que eu ainda não tinha 1 dedo de dilatação (o que era normal já que eu não estava em trabalho de parto - cito isso pq muitos médicos usam a desculpa "da falta de dilatação" para a gestante sem que ela esteja em trabalho de parto ativo), e me pediu para caminhar bastante que a tarde ela viria fazer uma nova consulta. Lembro que deitei para descansar (sentia contrações irregulares, mas que não tomavam ritmo), e quando acordei, fui novamente caminhar com meu marido, durante 3 horas... Várias contrações no caminho, mas nada que me deixasse em alerta. Cheguei em casa, banho quente e consulta. Conversei muito com a Ana, e ela me orientou dos procedimentos caso eu não entrasse em trabalho de parto durante a madrugada.

Relato de parto - Gabrielle Mota






Muita gente vem me pedindo o relato do meu parto, e hoje, um mês depois, é com muito orgulho que vou deixar registrado aqui a história do nascimento da Thayla.

Meu sonho sempre foi ser mãe e junto do Thiago essa vontade só cresceu... Depois de 5 anos de namoro, dentre esses, 2 anos morando juntos, resolvi parar com a pílula (também pq eu sempre esquecia de tomá-las), não estávamos tentando engravidar, mas se acontecesse, seria a hora certa. Depois de 6 meses a hora chegou, estávamos grávidos!!
Desde o início da gestação comecei ler relatos de parto e sempre pensava em como seria o meu. Decidi pelo parto humanizado assim que descobri a gravidez, pesquisei muito e isso passou ser um sonho nosso (meu e do Thiago que também passou a defender e militar pelo nascimento digno e respeitoso que todos os bebês deveriam receber). Informei meu médico, o mesmo não deu muita importância, falou que conversaríamos sobre isso no decorrer da gravidez, eu insistia pra conversar, afinal, ele era meu médico e deveria respeitar minha decisão, eu estava "sedenta" de informações e precisava me sentir segura com ele, o que nunca aconteceu. Troquei de médico no 4 mês de gestação, Dr. Juliano foi escolhido a dedo e finalmente eu senti que estava no caminho... confiamos a ele nosso sonho e o mesmo sempre respeitou, lembro da primeira consulta, quando ele me parabenizou pela decisão, também nos orientou procurar uma enfermeira obstetra e tinha de ser a Honielly, eu já havia lido muito sobre ela e desejei ela! Tudo dando certo, eu estava nas nuvens e só pensava no parto... com 5 meses descobrimos que seria uma menina, a nossa Thayla!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Relato de Parto - Amanda Aguiar - Nascimento do Luca

Amanda, Izabella e Luca


Tudo começou as 4h e pouquinho da madrugada, do dia 18 de novembro, onde completava 39 semanas exatas, quando já não conseguia mais dormir, pois minha barriga estava ficando muito dura; decidi pegar o celular e olhar no relógio para me certificar de quanto em quanto tempo isso estava acontecendo; e para minha surpresa, eram exatos 10 em 10 minutos, eu não acreditando que podia ser as contrações, lembrei de uma dica que minha médica deu para eu saber identifica-las, que era apertar o umbigo deitada, e se estivesse bem duro, eram as contrações; dito e feito, a cada 10 minutos minha barriga endurecia e meu umbigo ficava duro igual pedra; passando os minutinhos da contração, tudo voltava ao normal.
     Me dando conta que o Luca poderia nascer e como não estava sentindo dor, somente essa sensação de barriga enrijecida, resolvi levantar na ponta do pé para não assustar o marido e tomar um banho, pois tinha que lavar meu cabelo (que já estava feio e oleoso  UAHuhhauHAU) tudo isso na maior paciência, mas ao mesmo tempo a cabeça não parava de pensar: É HOJE!

Relato de Parto - Amanda Aguiar - Nascimento da Isabella


Isabella e Luca

Tudo começou, quando no dia 04 de julho de 2008, por volta das 10h da noite, com 38 semanas e 4 dias, fui ao banheiro para fazer xixi, normal de toda grávida nessa fase né?! Porém graças a Deus, estava atenta, e quando olhei na privada, havia sangue.
Na hora eu não estranhei, simplesmente dei descarga e voltei para a sala, lembro que estava passando até novela… Depois de um tempinho, resolvi contar para minha mãe, e disse: – “Estranho mãe, fiz xixi com sangue”. E ela respondeu: – “Menina você está doida? O neném vai nascer, liga pra médica agora!”

Depois do ataque da minha mãe, peguei o celular e liguei para minha médica, expliquei o que tinha acontecido, e realmente ela mandou eu ir para maternidade; meu marido, não sabia o que fazer na hora, ficou muito nervoso, e eu por um milagre de Deus, estava inexplicavelmente calma, ainda fui tomar banho, trocar de roupa, pegar as malas e ainda dei uma conferida para ver se não faltava nada.

Então fomos para o carro, rumo a cidade vizinha Santos, pois moro na Praia Grande; Antes, passei na casa ao lado onde minha querida falecida vó morava e avisei que sua bisneta iria nascer, ela me beijou, meu deu boa sorte e pediu que ligasse, pois ela iria ficar acordada rezando para Nossa Senhora; E no carro, claro que foi a família toda para o hospital, minha mãe, irmão, irmã e marido, até então não estava sentindo dor alguma, somente comecei a sentir algo como se tivesse apertando minha barriga, ao longo da viagem, mas nada de dor, era somente uma pressão mesmo!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Relato de parto - Débora Loureiro


“Parto normal, para mim, é cesárea!”
Era essa a frase que eu dizia sempre que me perguntavam se eu queria parto normal ou cesárea. E foi assim até completar 37 semanas de gestação, quando minha decisão de parto tomou um rumo jamais antes imaginado.
Como engravidei sem plano de saúde, meu parto seria todo pago, desde a internação no hospital até os profissionais envolvidos. Já estava tudo definido e isso não se discutiu em nenhum momento antes de chegar a 37ª semana. Mas sabe aquelas surpresinhas que a vida traz? Pois é, a minha chegou nesse momento.
Do dia para a noite, decidi que não queria pagar nada pelo parto. Eu poderia ter a minha filha pelo SUS, tudo de graça. Era assim com tantas mulheres, porque não poderia ser assim comigo também? Eu só não teria um quarto só para mim, nem meu marido como acompanhante, nem uma mesinha para colocar minhas lembrancinhas fofas (que eu nem tinha feito ainda!)... Ah, e claro, não teria a minha tão esperada cesárea! Sim, porque no SUS a prioridade é o parto normal, e a cesárea só acontece em último caso (salvo algumas exceções, tipo médicos “bonzinhos” ou que não têm paciência para esperar um parto normal, por exemplo). Então eu não gastaria nem 1 real mas, em compensação, passaria por todas aquelas terríveis dores e longa espera de um parto normal... Me dava arrepios só de pensar.
Lembrei de tudo que já havia escutado sobre parto normal a minha vida toda: que doía demais, que demorava horas e horas, que a espera ia muito além das 39 ou 40 semanas, que a bexiga poderia sair do lugar e eu teria de fazer uma cirurgia, que teria incontinência urinária, que sentiria dores para ir ao banheiro durante 1 ano inteiro... Era tanta coisa que, se fosse escrever, daria um mini livro! Fora isso, tinha meu marido dizendo que era super arriscado, que se algo acontecesse comigo ou com nossa filha ele não se perdoaria nunca, que eu tinha de ter mais responsabilidade e juízo e não ficar querendo ter esse tipo de parto nessa altura do campeonato... Ou seja, apoio ZERO e medo SUPER!

Dia da Doula 18.12.2014 - Mônica Gominho



Ah se todas as mulheres ao parir tivessem ao seu lado, durante o trabalho de parto, o olhar sereno, a voz firme e as mãos doces de uma doula. Algumas pessoas ainda não conhecem o trabalho e a importância dela que vai além de uma figura profissional para apoio ao parto, é uma presença que reúne um misto de amizade e confiança no nosso próprio empoderamento de parir.
Para o parto acontecer de forma natural, a mulher só precisa se entregar a força do seu corpo e segurança da sua alma e ao instinto materno. Nenhum profissional é capaz de parir por nós, de sentir o que sentimos... óbvio! Mas, uma boa equipe humanizada embala aquele momento de maneira mais leve e dentro dessa equipe está a doula. No meu caminhar gestacional tive a honra de conhecer e criar laços com duas lindas doulas. E nos flashes do dia mais feliz da minha vida, recordo-me do sorriso calmo, daquelas mãozinhas abençoadas que não nos largam por nada, da atenção ao nosso bem estar físico e emocional, da intuição de saber as nossas vontades. É! É uma sintonia maravilhosa que essas mulheres lindas acabam tendo com a grávida.
No meu caso a sintonia teve muito antes do nascimento. Sei que nos dias de alguns desesperos pude contar com a palavra positiva e a vontade de quem assim como eu queria que tudo desse certo, que meu parto lindo e respeitoso acontecesse. Não existe limite de palavras e muito menos uma só palavra que resuma tudo que hoje eu sinto por elas. Mas uma coisa é certa, vão ficar marcadas para sempre no meu coração e na minha emoção. E o que eu posso desejar nesse Dia da Doula, além de parabéns claro, é que elas continuem nessa missão profissional com muitas e muitas mães, fazendo parte e contribuindo para a realização do dia mais feliz de muitas delas.


Relato de Parto - Stéphanie Evally


26 de out (domingo). Cheguei em casa às 3:30 da manhã depois de voltar da maternidade e feito 2 exames de toque e constatar que já estava com 2 de dilatação. Cheguei e fui dormir, ao longo das horas percebi umas cólicas que me acordavam ao logo do sono, resolvi então marcar no relógio. O intervalo era de 10m de uma para outra, mas era suportável, fui votar e resolvi maneirar nos alimentos sólidos e ir sempre ao banheiro para limpar o estomago. O dia foi se passando e só conseguia dormir, ao menos tentar, pois era sempre acordada pela cólica. Quando deu 00:30 a dor aumentou e trouxe com ela uma ânsia de vomito. Cheguei na maternidade do SUS às 01:30 da manhã e fui para a sala da triagem, entreguei a primeira ultra, a ultima e os exames de sangue, urina e fezes mais recente, fizeram a contagem de contrações no espaço de 10m, as minhas duravam entre 20 e 30 segundos, que não eram o bastante para o internamento, porém, tive 4 contrações, o exame dos batimentos da minha princesa estavam ok, e minha dilatação tinha dobrado em 24hrs, 4cm naquele momento. Fui internada às 2hrs da manhã de segunda-feira. Meu marido entrou comigo, colheram minha urina e sangue e logo me encaminharam para sala de pré parto, que no SUS são macas separadas por biombos. O tempo passava e minhas contrações vinham em tempos menores, duravam mais tempo, a dor já não era mais suportável.

Relato de parto - Daniela Kalsovik




"É tão difícil e tão emocionante começar a escrever sobre o dia mais trasformador da minha vida! Não existe sensação melhor do que a do dever cumprido, e é assim que estou me sentindo. Vamos ao relato. ☺️☺️ Na madrugada de sexta 01/08 p sábado 02/08 comecei a sentir coliquinhas, mas não tinha a mínima ideia do q se tratava. Pela manhã as "cólicas" começaram a ficar mais fortes e a vir de 40 em 40 minutos. Foi nesse momento q tive certeza de que eram contrações, nunca senti uma cólica tão forte como aquela, então eram as tão esperadas contrações. Passei o dia deitada e tentando descansar, dormi um pouco a tarde e comi normalmente. As contrações vinham de 40 em 40 minutos, depois de 30 em 30 e depois sumiam. De sábado p domingo não dormi de madrugada (coisa que já estava acontecendo nós últimos dias) fui dormir pela manhã com as contrações ainda com o mesmo espaçamento. Cheguei a pensar que talvez fossem as contrações de treinamento, já que eu não tinha tido nenhuma até então. Consegui ir ao mercado, comi normalmente e as contrações continuavam fracas e espaçadas. Na madrugada de domingo para segunda, às 4:00 da manhã senti uma contração absurda, forte, daquelas de ter q se esticar toda... Passou! Vieram mais 3... Passou! Marquei o tempo... 30 minutos mais ou menos. Fui deitar p tentar dormir, pior coisa q fiz! A dor aumentou cada vez mais, tive q sair da cama e entrei no chuveiro, resolvi não avisar meu marido pq precisaria dele descansado durante o trabalho de parto! Enquanto ele dormia, fiquei 1 hora embaixo d'água... Que alivio! A dor caiu pela metade! Ok é aqui que vou ficar.

Relato de parto - Cristina Bertoni


Para começar este relato, preciso me remeter ao meu primeiro parto, em fevereiro de 2009. Tive um parto normal hospitalar, sem doula. Preparei-me fazendo yoga para gestantes no querido grupo Luz Materna, onde fiz amigas que convivem até hoje. Tinha certeza de estar bem acompanhada pelo meu médico, que não cairia numa “desnecesárea”, que não sofreria episio e que conseguiria lidar com as dores sem analgesia por conta própria. Henrique nasceu com 3,1 kg e 51 cm as 10:56h de uma manhã onde fez 41º.C em Porto Alegre, num dia 3 de fevereiro.
Percebi que estava em TP às 4h da madrugada, às 5h as contrações já estavam de 5 em 5 minutos e às 6h resolvemos ir para o hospital, aonde cheguei com quase 7 cm de dilatação. Na triagem sofri a primeira violência obstétrica: a plantonista foi fazer o exame de toque e eu estava no meio de uma contração. Ela não esperou passar e ainda me disse, friamente: vai doer e vai sangrar. Eu estava sozinha na sala e quando o pai do Henrique chegou eu estava chorando e sangrando. Uma enfermeira querida me levou pro chuveiro e ali as coisas ficaram mais suportáveis, mas quando meu médico chegou às 7h, eu pedi analgesia e entre risos dele, me perguntando onde estava a pessoa que discursou o tempo todo que teria o filho sem analgesia, ele prontamente ligou pro anestesista. Eu estava deitada, presa num MAP. Claro que adorei a analgesia, mas queria dormir e todos da sala falavam assuntos que não me interessavam. Lá pelas 9:30h as dores voltaram, colocaram ocitocina, a bolsa estourou naturalmente às 10h e 56 minutos depois nasceu o Henrique, sem episio, com uma leve laceração que me rendeu dois pontinhos. Como guiavam meus puxos, eu cansei bastante e precisei de oxigênio naquelas cânulas. Mas, na época, achei meu parto tudo de bom. Henrique não quis mamar, passou por todas as intervenções possíveis e saí do hospital com um bebê que mal sugava, com uma pediatra péssima que não viu a pega errada e com 20 dias começamos a complementar.
Isto minou minha autoestima, comecei a repensar tudo e fiquei com uma sensação de “se um dia tiver outro filho, eu vou parir naturalmente, eu vou ter doula, eu vou amamentar”.

Relato de parto - Juliana Mamede


Quando eu tinha 15 anos engravidei do meu primeiro filho. Tenho um irmão que na época tinha 1 ano de vida, minha mãe havia feito uma cesàrea por causa de sua pressão e aumento excessivo do liquido amniótico. Eu vi o quanto ela sofreu no pós-operátório, eu cuidei muito do meu irmão pois ela não podia fazer quase nada. A recuperação dela foi muito dificil! 

Quando eu engravidei, logo nas primeiras consultas avisei que a minha vontade era parto normal, eu pesquisei um pouco e decidi por ele. Os meses foram passando, e meu filho estava previsto para um fds de feriado prolongado, o meu GO decidiu marcar a cesárea para "não correr o risco dele nascer naquele fds", eu marquei para o dia 22 de junho com muita tristeza no meu coração, e ele pediu que fosse ao consultório antes de internar no hospital.

Durante 1 semana eu ficava conversando com meu filho, com meu corpo, pedindo, desejando o parto normal. Eu chorava muito pois não queria me ver passando tudo o que a minha mãe passou.

Relato de Parto - Bianca Megda


Parimos!


parto da Cecília.

Nem sei ainda como começar a contar tudo, acho que mudei tanto de sexta (06/06/14) pra cá, que mal me reconheço escrevendo tb.Acho que pra começar a contar, preciso contar tb como a Maria Clara veio ao mundo, vou resumir... Resolvi fazer uma cesárea, afinal parir era uma coisa de índio, de gente ignorante e sem informação, queria estar com cabelo, maquiagem e unha feita, receber minha filha no mundo desarrumada? JAMAIS! Com 36semanas, passei em consulta de manhã, médico já queria marcar a cesárea, afinal já tinha um de dilatação, mas combinamos de esperar a próxima semana, tinha que pensar no dia que queria que ela fizesse aniversário né?De noite resolvermos ir jantar fora, passei na esquina do hospital escolhido e senti uma dorzinha (prodromos), resolvemos entrar e ver qual era a dessa dor. -você já está com quatro de dilatação, vamos internar!-internar? Mais já?Entramos em pânico haha um pânico bom, iríamos conhecer ela. Pessoal do plantão tentando de todas as formas me convencer de um parto normal, mas não tinha jeito, o medo e a falta de informação eram maiores. Ligaram pro meu médico, e ele veio. Fim.Assim dia 06/06/09 nasceu Maria Clara, sem amor, sem graça, eu deitada na mesa, sem poder pegar meu bebê assim que nasceu, ela sendo esfregada daqui, aspira dali, fura acolá. Fui conhecer ela 6 HORAS depois do parto, só via foto, e todo mundo dizendo o quanto era linda. Deram fórmula pra ela no berçário, tivemos uma dificuldade enorme depois na amamentação.

Relato de Parto - Camila Freire



Começo meu relato na quinta-feira, 19 de junho, com 38 semanas, na consulta com meu GO. Ele estava entrando de férias no outro dia e eu entrando em um desespero contido! Tinha muito medo de Lara querer nascer quando ele não estivesse na cidade e tudo que tínhamos combinado para meu parto (posição para o parto, episiotomia, ocitocina, manobras “obstétricas”, analgesia, etc.) fosse “desrespeitado” por outro GO. Fiz um plano de parto, pra caso precisasse entrar em contato com outro GO, mostrar a ele como tinha combinado com dr. Aurélio de como queria meu parto.

Pois bem, graças a Deus Lara esperou! Na segunda-feira, dia 30 de junho mando uma mensagem pro meu GO a noite perguntando se ele estava em Recife e se eu precisava marcar minha volta pro consultório, na terça ele me ligou e perguntou se eu podia ir na quarta no consultório, já que na quinta era minha DPP. Na terça, também, acabava a rodada de oitavas de final da copa e os dois dias seguintes não teria jogo, então alisei a barriga e disse: aproveita pra nascer Larinha! (muito obediente minha filha!)

Relato de Parto - Giovanna Lustosa



Foram 41.1 semanas de gravidez. No final confesso que estava com vontade de sumir, por causa da gravidez? Não! Por causa da cobrança das pessoas, eu não aguentava mais as perguntas do tipo: -vai esperar até quando? -cuidado com hipóxia! Incrível como ninguém chegava pra me dar apoio, até amigos médicos me aterrorizavam. Mas, eu e meu marido, tínhamos certeza do que queríamos e sabíamos que minha gravidez era de baixo risco. Desde que descobri que estava grávida eu monitorava em casa os batimentos cardíacos do bebê e claro vivia no pré natal e fazendo USG. Enfim, chegamos às 41 semanas e eu comecei a andar mais do que andei durante a gravidez inteira kkkk, tudo na intenção de acelerar o trabalho de parto, eu estava dilatada 1cm há 3 semanas e nada de evoluir. Até que às 19h do dia 2/12/13 eu comecei a ter contração 1 a cada 10 minutos (ainda não era trabalho de parto, mas poderia evoluir), minha médica estava de plantão e às 1h do dia 3/12/13 fui no hospital para ela me examinar e sabe o que aconteceu? Nada! Nenhuma dilatação, bebê não estava "encaixado". Triste e desanimada eu e meu marido voltamos pra casa. Deus é soberano e tudo tem o tempo dEle. Às 5h do dia 3/12/13 comecei a sentir fortes dores e acordei meu marido: me leve no hospital, é muita dor, quero uma cesarea se isso não for trabalho de parto! Meu marido é cirurgião cardíaco, ele disse: deite que vou tocar você e sabe o que houve? Ele me tocou e escutei a frase mais esperada das últimas 4 semanas: VOCÊ ESTÁ EM TRABALHO DE PARTO! 5cm de dilatação.
Eu estava há tanto tempo desejando as dores do parto que confesso que foram as dores mais gostosas que senti na vida. Dores que tive o prazer de compartilhar com meu marido, minha médica e de todos que estavam na sala de parto.