sábado, 25 de abril de 2015

Relato de Parto - Vanessa Aguiar


Minha historia inicia uns 6 meses antes de saber que ficaria grávida! O destino me proporcionou o reencontro com uma amiga de infância que não via há muito tempo, Thaise Titon, conversamos muito e entre uma conversa e outra ela me contou de uma forma tão simples mais tão maravilhosa sobre seu parto domiciliar e seu processo de construção para ele que me deixou fascinada… que mulher inspiradora, conectada com sua natureza sagrada. Cada palavra dita por ela batia em meu coração e despertou algo que sempre esteve ali, esta vontade de seguir minha natureza, de confiar no meu corpo e ter um parto natural, de estar presente nele e ser a protagonista da minha historia. 

Lembro-me nitidamente de uma amiga que não via há muito tempo e em nosso encontro me conta que com 3 meses de gestação já estava com a data da cesária eletiva, teve também uma amiga da família que fez cesária eletiva porque era muito “chique” e na sua cidade as mulheres que tem parto normal são apenas as pobres e tem que ter coragem, hein? Espera ai, coragem? E o bebe? Alguém ai sabe quando ele estará realmente preparado para chegar neste mundo? Porque é preciso uma cirurgia que tem mais riscos que o processo natural sem nenhuma necessidade? Só para não sentir dor? Mas e os pontos, não dóem? Essa e outras questões sempre me fizeram pensar muito, não sou contra cesariana desde que seja necessária, é como tomar remédio sem estar doente, mas também não fico enchendo o saco das pessoas com isso, cada mulher tem o direito de escolher o que é melhor para ela, como eu tenho o direito e dever de escolher o que é melhor para mim. Eu nasci de um parto normal cheio de violência obstétrica, mas pelo menos a via de nascimento era vaginal embora minha mãe tenha sofrido uma episiotomia gigantesca, ficou deitada todo tempo, não estava em trabalho de parto (só havia perdido o tampão mucoso) e passou 12 horas bombando na indução de ocitocina sintética, e no seu expulsivo forçavam a barriga para baixo, seguravam mãos e pernas. Mas foi corajosa ate o final, não aceitou a cesariana e me deixou este legado de coragem e empoderamento feminino.


E eu achando que só teria um filho dali uns 3 anos (ou mais) depois de 6 meses da minha conversa com a Thaise descobri que estava gravida. O Divino age sem mesmo a gente saber, engravidei tomando anticoncepcional (e tomava há 10 anos…), senti uma alegria imensa e senti profundamente o Divino preparando tudo, todos acolheram com muita alegria a gravidez, principalmente meu marido que ja havia intuído a gravidez em uma manha e também que seria uma menina. Fomos juntos atrás de informação para um parto natural humanizado, e quando nos deparamos com a realidade que vivemos em nosso pais, estado e cidade percebemos que o caminho seria muito mais longo do que imaginamos. Buscamos muito, falamos com pessoas diversas e o caminho ia se estreitando ao ponto de desanimar, fizemos contato com grupos de parto domiciliar, mas estavam muito longe daqui.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Relato de Parto - Flavia Pereira


Nunca achei normal uma cesárea e nunca achei absolutamente tranquilo trazer um bebê ao mundo dessa forma, mas também tinha meus medos e receios em relação ao parto normal. Sou formada em educação física, já estudei o desempenho humano e sabia muito bem que o corpo da mulher foi feito para isso, mas não conseguia entender o porquê duvidava de mim, porque eu pensava que não conseguiria.

Quando decidimos que estava na hora que termos nosso filho eu procurei o primeiro médico por indicação de uma amiga. Falei sobre meu desejo sobre o parto e ele falou que tudo bem, pois meu quadril era "legal para o parto normal". Achei estranho, mas ok! Que bom né?! . Menos de dois meses depois descobrimos que a Catharina nos escolheu. Liguei para o médico feliz da vida para começar o pré-natal e a secretária foi super fria, marcou e não marcou a consulta, perdi minha tarde e falei que não precisava remarcar, que iria procurar outro médico quando ela disse: "Vai perder o melhor cirurgião da cidade?" Hã? Mas eu nem queria cirurgia. Ok! Melhor assim... 

            Foi aí que começou a luta "com" os GOs e não "por um" GO. Entendi o porquê eu duvidava do meu corpo. Eis a saga: