segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Relato de Parto - Ludmila Melo - Eva




Vínhamos nos preparando para a sua chegada desde o comecinho dessa segunda gravidez, que descobrimos no início de julho, logo depois da nossa mudança para o apartamento da rua Fullum. Ficamos felizes em ser aceitos para ter o acompanhamento das parteiras do CSSS Jeanne-Mance, garantia de um parto natural e com muito respeito, além de consultas humanas e demoradas nas quais conversávamos muito, o que transmitia para nós, pais, muita segurança. Optamos por um parto domiciliar e assim foi. A gravidez correu tranquila. A Lise, nossa querida Doula, vinha nos ver uma vez por mês aos domingos. Seu irmão  Gael,  nessas ocasiões, ia passear à tarde na casa da vovó enquanto eu e ela conversávamos sobre a sua chegada: o que eu sonhava sobre você a noite, meus medos, minhas vontades e desejos. No final de cada encontro, Lise me fazia uma massagem e,  depois de bem relaxada, fazíamos uma meditação de hypnobirthing. Depois, era a vez do Papai ser massageado, enquanto eu aproveitava para tomar um banho bem relaxante. Em seguida, íamos buscar o Gael na casa da sua avó.

Os meses passaram e nós duas estávamos ótimas. Você crescendo direitinho, eu engordando e trabalhando feliz com os meus alunos. Tive uma turma ótima nesse ano letivo de 2014-2015, tanto é que não quis parar de trabalhar… Até que um susto (um acidente de carro que me tirou da estrada e me jogou em plena neve)  me fez parar de trabalhar poucas semanas depois.

No finalzinho da gravidez, comecei a fazer acupuntura, para preparar meu corpo para o parto. Saía de lá sempre bem e relaxada. As consultas com as parteiras agora eram semanais.

Relato de Parto - Ludmila Melo - Gael



7/8 de fevereiro 2013 - Nascimento Gael

11h40 da noite. Estávamos no quarto, eu e papai, conversando, quando um leve desconforto me fez levantar da cama e ir pra bola de pilates. Fiquei ali pulando e rebolando na bola quando de repente, senti um "ploft". Senti um quentinho. Me levantei em silêncio e fui ao banheiro. A calça molhada e a água quentinha escorrendo pela perna não deixaram dúvidas. Tirei a roupa molhada, me enrolei na toalha e voltei pro quarto escuro. Disse pro papai: "Não vai surtar, viu? Acho que a bolsa estourou..." 

Ele levantou. Fomos pra cozinha. Levei a bola pra lá. Sentei na bola com a toalha e decidimos telefonar para a sua avó, que tinha que vir para nos levar para o hospital. Ela chegou com a energia dela de sempre, mas tentando manter a calma. Eu estava bem excitada. Nada de contrações ainda. Sabia que o melhor a fazer era tentar voltar a dormir e repousar. Ligamos para a Lise, nossa doula, que nos deu esse mesmo palpite. Quem disse que consegui? 1h40 da manhã, 8 de fevereiro, ainda sem ter conseguido pregar o olho, fomos pro hospital. Lá fora, flocos de neve e um friozinho daqueles...