Tenho 19 anos, e sempre sonhei em ser mãe, correto que isso
aconteceu mais cedo que o previsto, mas surpresa melhor não podia me
acontecer.
Tudo começou dia 15 de maio, 38 semanas e 1 dia, passei em
consulta com o GO que me acompanhou durante toda minha gravidez.
Pré-Natal pelo SUS, e não tenho do que reclamar..Consultas de no mínimo 1
hora, e eu cheia de informação.
Ok, voltemos para aquela sexta feira: Exame de toque. "Olha, 1cm de
dilatação, colo fino e bebê super encaixado. - Caminhe bastante, seu
bebe não vai demorar pra nascer.
Andei, dancei, limpei a casa, e até que chegou o sábado e eu passei o
dia inteiro na cama, no final da tarde, andei um pouco, voltei pra casa,
fiz a janta e comi. 22h uma cólica leve..Será? Avisei o marido, e ele
achou a mesma coisa que eu, era apenas ansiedade, eu tinha acabado de
fazer 38 semanas, na minha cabeça ainda era cedo. O tempo ia passando e
as cólicas aumentando, tentei acompanhar, mas não consegui, mas lembro
que era de 10 em 10 min +/-.
Meia noite, e elas já vinham mais regulares, meu marido começou a acompanhar comigo..Era realmente TP.
Sempre tive muito medo de ir pro hospital e eles me
mandarem de volta pra casa, aguentei o máximo que eu consegui, até
que.por volta das 2:20 da madrugada resolvemos ir para a maternidade.
Tomei um banho, tentei me arrumar e saímos. Chegamos por volta de 3h no
hospital. Tive meu bebe, num hospital escola, Leonor, que fica no Centro
de São Paulo. Ai chegou a médica que ia me examinar, toque, 3cm...
"Não é trabalho de parto.'
Oi? Como assim? E aquela dor? Eu olhava pro meu marido e chorava, eu sabia que era hora do meu João vir ao mundo.
De repente ela me aparece com um bastão transparente, e explica: Vamos ver se o bebê fez cocô..
Como assim colega? É necessário? Eu acabei de fazer 38 semanas!
E aquela coisa entrou em mim, eu me retorcendo de dor, que abuso!
Me colocaram pra fazer o cardiotoco, acho que é assim que escreve, e aí,
ela deduziu, que pelo aparelho eu não estava mesmo em trabalho de
parto. E eu deitada, e aquela dor, e eu só queria andar, abaixar,
rebolar..
Ela me disse que ia me dar algo pra fazer passar minha dor e me mandar
pra casa. E eu disse que não, que depois de uma hora ela ia me examinar
de novo. Ela concordou. Me deram buscopam..Que raiva, eu não queria
nada.pendurado no meu braço, eu queria me movimentar.
Enfim, passou uma hora e veio outra doutora me examinar,
5cm.. Quanta felicidade! Me colocaram naquela camisola, mais antes me
deram pra vestir uma coisa, como se fosse um tomara que caia, e falaram
que o bebê ia ficar ali. Fiquei encantada.
Subi pra internação, e a partir daí tudo mudou, fui muito bem tratada,
uma obstetra super novinha me atendeu e deixou que tudo fosse no meu
tempo. Com 8cm minha bolsa ainda estava intacta, e ela me pediu pra
estourar..Agora eu sei que não tinha necessidade, mas não culpo a
doutora, pelo que eu pude notar, eles são ensinados assim.
9cm, dor dor dor e dor!! Já não conseguia pensar. Chegou outra médica
bem nova e me perguntou se podia me ajudar chegar aos 10 cm, isso já era
umas 9h da manhã.
Autorizei, 10 cm. Vamos pra sala de parto mãezinha?
Me colocaram naquela posição de frango assado, e pediram que a cada
contração eu fizesse força..Até que eu ouvi que ia ter que fazer episio.
Eu tentava dizer que não, mais não tinha força, assim me cortaram...
Força, Força!!! E eu achava que não ia conseguir, estava coroando.."olha
como é cabeludo papai"..Isso me encorajou e eu fiz uma força
indescritível, e a cabecinha saiu, em seguida o corpinho deslizou e ele
veio na hora pra cima de mim, quentinho, tão lindo. Eu e meu marido não
tínhamos nem palavras. A pediatra examinou ele por cima de mim, ele foi
tirado por segundos pra ser pesado, e depois voltou para o meu corpo,
estávamos colados, ele mamou nos primeiros minutos de vida..E assim
aconteceu. As 9:38 de um domingo, nasceu meu João, com 48cm e 2,864kg...
Só depois de horas ele tomou banho..
Esqueci de citar que meu marido ficou comigo o tempo todo, é direito, porém eu sei que algumas maternidades ocultam isso.
Passei por procedimentos desnecessários, mas por falta de
informação, não pude intervir... Percebo, que a nova geração de obstetras e
etc são ensinados creio eu que de maneira errada, certos procedimentos
são rotineiros, e acho que isso deve mudar.
Amei meu parto apesar de tudo, amei a humanização do
hospital que deixou meu filho junto a mim todo o tempo, e muito obrigada
por me dar a oportunidade de relatar o dia mais importante da minha
vida.
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