A história do meu parto começa muito antes de eu entrar em
trabalho de parto(TP). Bem, tudo começou com a descoberta da gravidez. pois, é só a partir daí que a gente começa a
pensar e se preocupar com o parto. Eu já era acompanhada por um GO e fazia
tratamento por ser portadora de SOP (Síndrome do ovário policistico).
Então, ao descobrir a gravidez pensei
que seria melhor ser acompanhada por ele.
O fato é que eu sempre fui muito comunicativa e desde a
primeira consulta queria conversar sobre o parto. Eu não sabia nada sobre parto
humanizado, mas uma coisa eu tinha
certeza, eu não queria ser operada. Eu não queria tirar meu filho, Eu queria
que ele nascesse no tempo dele. Mas , inicialmente meu GO fugia do assunto dizendo
que era cedo para falar sobre o parto. No primeiro momento acreditei que ele
estava certo, mas nesse ponto começou minha insatisfação. Faço questão de relatar aqui o quanto alguns obstetras são secos e frios.
Não informam, não conversam, não nos dão opção e as vezes nem querem nos
ouvir. Para ele eu era apenas mais uma
grávida. Porém, Era o meu momento! a fase mais marcante e especial da vida de
uma mulher. Na minha opinião, aí é que começa o respeito e a humanização.
Enfim, começei a buscar as informações que eu precisava.
Assistir documentários, ler , ouvir relatos de quem ja havia parido. Algumas me encorajavam muito! Os adeptos da
cesariana me criticavam. E eu cada vez
mais estava segura e decidida.
Cuidei da alimentação e busquei ser uma grávida bastante
ativa. fazia caminhadas, exercícios ...e
trabalhei normalmente.
O oitavo mês se aproximava e eu resolvi tocar no assunto do
parto novamente com o GO. Ele mais uma vez me disse que era cedo pra falar
sobre isso. eu fiquei bastante aborrecida
e disse a Ele que essa conversa já havia passado da hora! Falei que estava
decididane que queria parto natural humanizado. Ele teve a audácia de dizer que
eu não sabia o que estava dizendo! me
disse que não tinha necessidade de sentir dor, além do que o TP demoraria
muito pelo fato de ser meu primeiro
filho, e se eu realmente queria isso teria que acertar um valor com ele por
fora do plano. Achei absurdo! saí do
consultório decidida a tocar de GO.o problema é que eu estava no final da
gravidez e seria muito difícil encontrar um GO que me aceitasse, e para
completar era próximo a abertura da copa e os médicos não estavam aceitando
novos pacientes.
Em meio a tudo isso tive uma ameaça de parto prematuro com
34 semanas de gestação. Procurei a urgência da maternidade samel. cheguei lá
com 1, 5 cm de dilatação. Fizeram uma medicação para amadurecer os pulmões do
meu bebê, e fiquei internada por dois dias para avaliar se o TP ia evoluir. Não
evoluiu. Então não era hora ainda! recebi alta e fui para casa sob a
recomendação de repouso absoluto. Eu acredito que tudo tem um propósito! Por
meio dessa circunstância , conheci o trabalho de conscientização e incentivo ao
parto humanizado da Samel. Decidi prontamente que meu parto seria lá com a
equipe que estivesse no plantão.
Procurei um GO apenas para ser avaliada e fazer os exames
finais do pré-natal. Dra. Eliane Correa , foi maravilhosa! me aceitou , encorajou e elogiou minha
decisão.
Exatamente 9 dias após a última consulta, as 15h do dia 24 de junho de 2014 comecei a sentir as primeiras
dores....espaçadas e irregulares. Fui ao banheiro e notei um pouco do tampão
mucoso. Quis ficar nervosa, mas consegui
segurar e ficar tranquila. Quando meu marido chegou do trabalho, o intervalo
das contratações diminuram mas pensávamos que ainda ia demorar e decidimos ir
para maternidade apenas pela manhã. Acontece que as horas foram passando , a
dor apertando e fui novamente ao banheiro e agora comecei a sangrar. falei ao meu marido e disse que era hora de
ir. Tomei um banho , me arrumei ,pegamos as bolsas e fomos. No caminho,
senti medo de não conseguir .....mas,
desviei o pensamento para o outro lado! Estava feliz ......o momento
mais esperado havia chegado! o dia que
eu poderia pegar meu João no colo, ver o
seu rostinho....uma mistura de emoções. Ansiedade, felicidade, medo...mas sabia
que tudo daria certo. Orei muito a Deus durante a gravidez pedindo que Ele
preparasse tudo para esse momento.
Cheguei na
maternidade próximo de meia noite! Fui avaliada e para minha surpresa já etava
com 7 cm de dilatação. Fiquei muito feliz... Faltava pouco.
Fui caminhar pelo
hospital para ajudar na dilatação. Meu marido caminhava comigo me amparando a
cada contração me encorajando. 1h da manhã a obstetra plantonista voltou a me
examinar e estava com 8 cm....... A dor começou aumentar e comecei a ficar
inquieta. Caminhei um pouco mais e fui para bola de pilates. Voltei a ser
avaliada mas ja havia perdido a noção do tempo, estava agora com dilatação
total, o problema e que as contrações ainda estavam em 3 a cada 10 min. Acho!
Ou seja não tinha uma dinâmica para a fase de expulsão. A GO Edily perguntou se
eu queria induzir. Mas eu preferi esperar um pouco mais. Então, ela me propôs o
seguinte: ela iria esperar mais um pouco e me avaliaria novamente, se não
tivesse a dinâmica necessária faria uma cesariana , se eu aceitasse....não
concordei! Disse a ela que sabia que ia evoluir. Ela me respeitou muito!
Disse
que eu era valente. Isso me encorajou mais ainda. Nesse intervalo a dor começou a apertar e eu
pedi pra deitar.... Quando fui para a maca a bolsa estourou e a dor tomou
proporções ainda maiores. Voltei para barra que tinha na sala de parto e voltei
a fazer os exercícios amparada pelo meu marido. Senti o bebê descendo e pedi
para deitar novamente. Comecei a fazer força, a obstetra me tranquilizou e
disse que não precisava desespero. Era só esperar a contração e a vontade de
fazer força. A partir daí comecei a me concentrar na respiração, meu marido
ficou por trás de mim apoiando minha cabeça e me incentivando
carinhosamente. Eu ja estava cansada
quando meu marido disse que estava vendo a cabeça dele, isso me encorajou e
dessa vez fiz a última força e meu menininho nasceu e foi logo colocado em cima
de mim...senti ele quentinho e abracei meu bebê! A emoção é indescritível.
A
Dra. Edily tornou a dizer que eu fui uma mãe valente! Nos parabenizou e disse
palavras muito bonitas.O cordão umbilical foi cortado quando parou de
pulsar. Logo levantei para tomar um banho enquanto o bebê vestia a roupinha que
eu escolhi. Nos encontramos novamente no quarto e ele veio direto mamar. Ele
nasceu no dia 25 de junho de 2014 e eu
Muito lindo! Estou com 34 semanas e a cada dia mais animada!! Parabéns!
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